Os Dez Anõezinhos da Tia Verde-Água de Maria Alberta Menéres

Nasceu em Vila Nova de Gaia, em 25 de Agosto de 1930.
Licenciada em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Foi professora do Ensino Técnico, Preparatório e Secundário, nas disciplinas de Língua Portuguesa e História (de 1965 a 1973).
A partir de 1973, tem dirigido vários Encontros (ao nível das Câmaras Municipais, Escolas Primárias, Preparatórias e Secundárias e Escolas Superiores de Educação, por todo o país) entre alunos, entre professores, entre professores e alunos simultaneamente – Encontros cujos temas são “O Ensino e a Poesia”, “Criatividade no Ensino” e “Leituras e Escritas”
A galinha dos ovos de ouro |
Para além do mais, eram capazes de tudo por uma moeda de ouro! Um dia, um duende brincalhão que por ali passava ouviu o que se comentava na cidade sobre esse casal, e decidiu provar se era verdade tudo aquilo que se dizia sobre eles. Numa tarde em que o marido vinha da floresta carregado com lenha, o duende apareceu-lhe de dentro do tronco de uma árvore e disse-lhe: “Olá bom homem! Sentes-te bem? Pareces cansado e triste… Será que estás com fome ou doente? O homem, um pouco assustado com a presença do duende, respondeu: “Não… não estou doente nem cansado, e também não tenho fome… nada de mal se passa comigo. Só estou triste porque eu e a minha mulher somos pobres e não conseguimos ter muitas coisas boas como gostaríamos de ter… Então o duende respondeu: ”Se não tens fome nem frio nem estás doente, então alegra-te porque não és pobre!”. Mas o homem insistiu: “Sou sim. Um homem que não tem ouro é pobre!”. “Disparate!” Disse o homem, e insistiu “Ser pobre quer dizer que não se tem ouro. E como eu não tenho ouro não posso ser feliz”. “Tenho muita pena de ti homem” disse-lhe o duende “E para que sejas feliz como achas que deves ser, vou dar-te uma galinha que todos os dias porá um ovo de ouro. Só terás de esperar e recolher todos os dias um ovo. Não tarda nada, terás todo o ouro que sempre desejaste ter e tu e a tua mulher serão felizes para sempre”. Do tronco onde estava o duende saiu uma galinha que cacarejava alegremente. O homem, espantado, colocou-a rapidamente debaixo do braço e desatou a correr ladeira abaixo direitinho a casa, enquanto o duende ria às gargalhadas. Assim que entrou em casa mostrou à sua esposa a galinha e contou-lhe tudo o que tinha acontecido. Marido e mulher ficaram toda a noite à espera que a galinha pusesse o tão desejado ovo de ouro. De manhã cedo, a galinha começou a cacarejar e, pouco depois, surgiu debaixo dela um enorme e brilhante ovo de ouro! Então a mulher lembrou-se: “Sempre ouvi dizer que as galinhas já têm dentro delas todos os ovos que vão pôr… Se isso é verdade, porque é que não matamos agora a galinha e tiramos todos os ovos de ouro de uma vez? Seremos bem mais espertos do que o duende pensa!”. O homem concordou, e sem hesitar, pegaram na pobre galinha e abriram-na para assim poderem tirar todos os ovos. Mas qual não foi o espanto do casal ao ver que dentro da galinha não havia nenhum ovo de ouro… Marido e mulher começaram a praguejar e a chorar, lamentando-se da sua sorte, pois por ganância tinham perdido para sempre a galinha dos ovos de ouro. Espreitando pela janela, o duende ria-se e abanava a cabeça, pensando que a verdadeira felicidade não está em ter ou não ouro mas está sim no coração de cada um. |
Esopo
Quem tudo quer tudo perde
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